terça-feira, 8 de setembro de 2009

O QUE E HACKER

No jargão da informática, hacker é um termo digno. Hacker seria "fuçador" e o verbo to hack, "fuçar". Os estudantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) usavam o termo "rato de laboratório" para designar aqueles que "fuçavam" nos computadores da Universidade, além dos limites de uso.

Devemos antes de tudo informar que um hacker é um sabichão. Justamente por saber muito, ele tem condições de "aprontar" por aí. O hacker sempre quer aprender mais um pouco e normalmente acaba perdendo horas de sono por isso. É aquele que tem prazer em sentar à frente de seu micro e ficar horas e horas buscando nem sabe o quê. Naturalmente xereta, o hacker adora invadir sistemas alheios para simplesmente preencher seu ego. Muitas de suas façanhas podem ser discutíveis ao nível social, mas o verdadeiro hacker não costuma estragar nada, subtrair programas, ou sequer roubar informações em detrimento de outrem. O hacker é, acima de tudo, um intelectual informatizado. Um cracker, este sim, é o que utiliza suas habilidades em proveito próprio, não importando quantos ou quais prejuízos cause. Este é um elemento perigoso, que muitas vezes acaba por se autodestruir. Normalmente coloca vírus em computadores, descobre senhas para vender a empresas, destrói informações, corrompe sistemas e apronta tudo que pode. Os hackers são basicamente feras da informática, que adoram aprender como os sistemas funcionam externa e principalmente internamente. Algumas pessoas os definem como desordeiros e pessoas más. Na verdade os verdadeiros hackers não são anjos, mas não saem por aí invadindo outros sistemas, causando danos ou espionando as informações dos outros. Não há magia no que eles fazem. A maioria das informações pode ser encontrada na lnternet.

Os hackers existem desde o final da década de 50. A palavra começou a ser usada na época, pelos membros mais entusiastas do Tech Model Rail Club, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Seu significado: gente que era capaz de proezas técnicas, de ligar fios e plugar circuitos como ninguém. A cultura subterránea do computador se apropriou do termo e consagrou-o como sinônimo de programador prodígio. Se você perguntar a

gente como Steve Wozniak, criador do Apple, ou Linus Torvalds, pai do Linux, se eles se consideram hackers, é provável que fique surpreso ao ouvir um sim como resposta. Por que, então, tamanha histeria contra os hackers?

A primeira vez que a palavra foi usada como conotação negativa foi em uma reportagem da rede de TV CBS, em 1988, sobre a conferência hacker. O âncora Dan Rather alertava a audiência para a ameaça dos hackers, como se eles fossem um bando de terroristas prestes a dominar o mundo, em uma conspiração para invadir todos os computadores da Terra. Tal fantasia ganhou eco nos romances de ficção científica cyberpunk de escritores como William Gibson (autor de Neuromancer, que por sinal, foi o primeiro a cunhar a expressão ciberespaço) ou Bruce Sterling. De uma hora para outra, os hackers se transformaram em bode expiatório de tudo o que a tecnologia pôde causar de mau e que não é pouco.

O real mundo dos hackers revoltou-se. A comunidade hacker até criou um termo para identificar aqueles que usam computadores para violar leis, furtar e prejudicar terceiros: crackers. Mas foi em vão. Dai em diante, a imprensa foi incapaz de distinguir em cada artigo crackers de hackers e, a cada dia que passa, a fronteira ética que separa um do outro é ignorada. Pena. Pena porque os princípios consagrados pela ética hacker desde a década de 50, parecem cada dia mais atuais e poderiam ser úteis para muita gente que se preocupa como o mundo será no novo milênio

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